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MAQUIAVEL E AS LIÇÕES SOBRE A ARTE DE GOVERNAR: O GOVERNO E AS FORÇAS ARMADAS

Fragmentos de uma aula sobre Maquiavel - O Príncipe.

Para Maquiavel a força de um principado está na coragem e força de um Príncipe, quando ele com astúcia consegue vender a esperança de que o mal vivido pelo povo não se prolongará, e, ao mesmo tempo, quando eles compram estas ideias temos a dinâmica da dominação, pois no pacote da esperança, quase sempre, se tem bem embrulhado o temor ao príncipe. De acordo com Maquiavel, o temor ao príncipe é fundamental no processo de dominação. Mas, isso não basta, é necessário fomentar no povo o medo das crueldades do inimigo do príncipe. Se ele tomar o poder jamais sairá e vocês verão como a vida será pior, terão saudade do meu governo. A velha máxima, se as coisas estão ruins comigo, pior sem. E para convencer o povo dessa lorota, não é necessária muitas coisas, na verdade, bastam duas: assegurar ao povo comida e a ilusão da segurança (ou na velha fórmula romana Pão e Circo). Ou seja, comida e proteção. Garantindo isso, o Príncipe será sempre forte. Será uma fortaleza. Entretanto, estas duas coisas podem garantir a força do principado, mas, é necessário a um Príncipe estabelecer sólidos fundamentos em seu Estado, em sua cidade, em seu Governo. Sem esses fundamentos nenhum príncipe se sustentará.


No capítulo XII do seu O Príncipe, Maquiavel afirma que sem estes fundamentos sólidos é certa a ruína do Príncipe. E quais são estes dois fundamentos do Estado para Maquiavel? Boas leis e boas armas. Ele destaca ”Como não podem existir boas leis onde não há armas boas, e onde há boas armas convém que existam boas leis” Então, para Maquiavel, as leis e as armas são os fundamentos do Estado. Mas ele dá prioridade às armas, por isso neste capítulo XII analisa a importância das armas na defesa e constituição do Estado.


A base armada do Príncipe para manter e proteger o Estado, pode ser: Próprias ou mercenárias, auxiliares ou mistas. Para Maquiavel, é inútil e perigoso manter o Estado com bases militares mercenárias e auxiliares. Quando o Estado se sustentar na força armada não estará nunca seguro, viverá como refém das armas. Isso é péssimo para o Estado, ou na verdade, para o Governo que se vê obrigado a sempre abrir os cofres para comprar as forças armadas, pois estes soldados não estão unidos, identificados, ligados até afeiçoados afetivamente ao Príncipe. São na verdade ambiciosos, o que querem é o seu soldo, cada vez mais alto. O céu é o limite, nada de teto. O Estado deve ser sempre generoso com este grupo, mas isso não garante nada, ele pode se vender facilmente.


Além disso, este tipo de força armada é quase sempre indisciplinado, reativa, infiéis, insolentes e covardes. O Príncipe que pusilânimes mantém um Estado com este tipo de força armada só está adiando a própria ruína.


Segundo sua metodologia, Maquiavel apresenta exemplos demonstrando como que, claramente, a má qualidade da tropa, da força armada, são fundamentos para o sucesso ou ruína do Estado. Ele destaca que a força armada do Estado deve ser sempre própria, nativa, fiel, porém isso não é coisa fácil de conquistar. Ele concluiu: “sem possuir armas próprias nenhum Principado está seguro, antes, está à mercê da sorte, não existindo virtude que o defenda nas adversidades” E Maquiavel finaliza sua ideia com um ditado popular:

“Nada é tão instável quanto a fama de poderio de um Príncipe quando não apoiada na própria força”

E o que são forças próprias?

São aquelas compostas de súditos ou de cidadãos, ou de servos do próprio príncipe, do próprio governante. Este pela ligação com o Estado são fáceis, disciplinados e corajosos. Mas, não bastam boas tropas, é necessário que o Príncipe faça de tudo e mantenha seus deveres para com a tropa sempre em dia, caso contrário a caserna pode se rebelar.

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