O PEIXE ARTISTA
Existe uma espécie de baiacu japonês que para conquistar uma fêmea de sua espécie produz no fundo do mar um tipo de mandala incrível, como se pode ver na imagem ARTE NO FUNDO DO MAR. São horas e horas de trabalho árduo, apenas com movimentos das barbatanas lutando contra a correnteza, o pequeno e resistente peixinho trabalha na construção dessa obra de arte, seu ninho para o acasalamento. Ele não tem a beleza colorida de várias espécies de peixes de aquários, é quase transparente, para chamar atenção este aventureiro do fundo do mar torna-se um artista. Quando termina seu trabalho, surge uma fêmea seduzida pela obra de arte. A arte mesmo no fundo do mar seduz, encanta, inebria. A fêmea nada em torno da mandala e o peixe artista conduz sua parceira até ao centro… Lá ela deposita suas minúsculas ovulas que são fecundadas pelo artista, num ritual de acasalamento interessante. Ela se posiciona para colocar as ovulas e ele ao lado dela morde sua bochecha, este movimento acontece por quase uma hora. Assim que ela não tem mais ovulas para depositar, ela vai embora, e o artista com movimentos delicados com suas barbatanas cobre os óvulos e fica nadando para manter a temperatura. Sua obra de arte após cumprir sua função e também por causa da correnteza vai desmanchando lentamente, num movimento esvaneceste. O peixe artista só abandona o local quando seus rebentos nascem. A verdadeira arte de amar no fundo do oceano. Achei incrível essa aventura amorosa da e na natureza. Ela indica um caminho da existência como obra de arte, e assim sinaliza que podemos também construir em nós uma vida de artistas ou, em outras palavras, é possível nos tornarmos artistas de nossa existência. Numa autoprodução de si ou Construção de si mesmo na arte.
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