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  • cleverfernandes196

IMPORTÂNCIA, ADMIRAÇÃO E RESPEITO

Importância, admiração e respeito estão visceralmente ligados. Na vida admiramos algumas pessoas e quase sempre essas pessoas são importantes para nós e por isso as respeitamos. Como escreveu o médico espanhol Artur de Chaparal, às vezes a gente admira porque conhece, mas muitas vezes acontece exatamente o contrário, só admiramos porque não conhecemos essas pessoas na intimidade. Parece contraditório, mas é muito mais fácil admirar o distante, desafiador é se admirar por quem está ao nosso lado cotidianamente. A admiração por celebridades são quase sempre exemplos deste tipo de admiração à distancia, só admiramos porque não as conhecemos. Porém, o problema da importância, admiração e respeito não é só este de proximidade ou não. A questão é saber em que medida as pessoas são importantes em nossas vidas? Quem pode dimensionar essa importância? Onde somos importantes? O que nos faz importantes? Muitas pessoas vivem uma vida toda acreditando que são muito importantes na empresa onde trabalham e/ou em sua família. Alguns, em um tipo de delírio bastardo, advogam até que são insubstituíveis, tendo a ilusão que sua ausência será sentida para sempre, como se existisse algo ou alguém essencial neste universo. Somos contingentes, desimportantes, desnecessários e sem razão. Nossa existência não tem por si e em si razão de ser, tolos são aqueles que acreditam em sua importância e necessidade no mundo. Nascemos e ele já existia, morreremos e ele continuará  sua existência do mesmo modo, em alguns casos até pode ficar melhor com a nossa ausência. O professor Mário Sérgio Cortella em sua palestra, disponível no Youtube, intitulada “Qual é a sua obra”, [mas no site está denominada: “Se você não existisse, que falta faria”? está questão do nome da palestra pouco importa, o que interessa é que ele] nos faz pensar sobre a importância da vida a partir da ideia de sua brevidade, por isso temos que fazer com que essa vida breve não seja apequenada. A importância da vida está em vivê-la de forma autentica, mas como podemos viver autenticamente? Cortella enfatiza que, para vivermos de forma autentica, precisamos não banalizar a nossa existência e temos que reconhecer, mesmo que seja num instante de lucidez, que a vida é uma joia rara e preciosa. Com isso, podemos colocar em pauta o que estamos fazemos com as nossas vidas e com as nossas relações levantando as seguintes questões: Por que fazemos o que fazemos? Ou por que não fazemos o que não fazemos? Essas perguntas são fundamentais para direcionarmos nossas vidas, pois seremos lembrados pelo que fizemos entre nossa primeira aspiração e nosso último suspiro. Qual será nosso legado? O que estamos construindo e vamos deixar após nossa breve existência? Quais são as nossas obras? Porém, isso não elimina nossa contingência. E, como disse anteriormente, é muito claro para mim que as pessoas não são tão importantes como imaginam ser, muito pelo contrário, basta observar como algumas empresas e famílias ficam muito melhores, dinâmicas e alegres quando uma pessoa rabugenta, mal-humorada e pessimista é demitida ou morre. Mesmo quando a pessoa é o oposto disso, a lógica não se alterará, evidente que ao contrário da primeira pessoa, essa deixará saudade e, com certeza, sentiríamos a ausência do seu otimismo, dinamismo e bom-humor, porém sua ausência não paralisa a vida destas instituições [família ou empresas], pois sua importância é sempre relativa. Não podemos pensar, como alguns tolos ou ingênuos, que nós somos a nossa família ou a empresa que trabalhamos, mesmo quando temos muita responsabilidade pelo seu funcionamento. Elas são sempre maiores e suas existências superarão sempre a nossa, pois dificilmente uma família ou empresa terá seu fim com o desaparecimento de um dos membros. A constatação de tal fato provoca dor nos lunáticos, pois eles sonham que são parte indispensáveis do mundo, como se a sua existência fosse necessária. Nada é necessário. Tudo é contingente. Se morrermos hoje, após o luto de uma semana [olha que estou sendo otimista, pode ser menos] seremos apenas lembranças para alguns, depois de alguns anos talvez nossa existência não será sentida e nem lembrada por ninguém. Assim, onde reside a importância? Parece mesmo que tudo é ilusão. A importância é uma ilusão que alimentamos em nossos delírios. Além disso, as pessoas muitas vezes não conseguem dimensionar sua real importância na vida alheia, se é que realmente exista tal coisa, e, quase sempre os pretensiosos acreditam ter mais importância do que realmente tem e a principal fonte deste equivoco é que eles possuem uma imagem distorcida de si mesmos. As pessoas são importantes em nossas vidas na medida exata da proximidade afetiva que temos com elas. Porém, a medida ou o grau desta importância não é coisa fácil de mensurar. Mas, uma coisa é certa, só você tem a medida exata da importância dos outros em sua vida e, da mesma forma, só os outros podem dizer o grau de sua importância na vida deles. Então, podemos exemplificar dizendo, os pais jamais saberão o quanto foram ou são importantes na vida dos filhos, mas, os filhos podem e sabem exatamente a medida desta importância do pai e da mãe em sua existência. E a medida dessa importância é também a medida de sua admiração e respeito por eles. Da mesma forma, seus amigos estão com a régua nas mãos, você é impotente para assegurar sua importância na vida de qualquer um de seus amigos, eles sim poderão dizer se de fato você foi ou é importante na vida deles (mas não pergunte isso pra ninguém). Em suma, podemos afirmar que somos nós que definimos, somos nós que temos a medida exata do grau de importância do outro em nossa vida. Os lunáticos, os pretensiosos e os ingênuos acham efetivamente que podem mensurar o quanto são importantes na vida alheia, pior eles têm certeza que são imprescindíveis para o outro. Algumas mães juram que os filhos vão morrer quando deixam a barra de suas saias… A questão é que estas pessoas, por possuírem uma autoimagem distorcida, supervalorizam sua importância na existência do outro. Só você, ninguém mais, sabe o quanto o outro é ou foi importante em sua vida, e, a recíproca também é verdadeira, só o outro poderá dizer se você é ou foi importante na vida dela. Além disso, quando o outro afirma que você é importante na vida dele, ainda abre um espaço para você acreditar ou não acreditar, embora tenhamos quase sempre a predisposição para acreditar, principalmente, quanto se é afetivamente próximo, pois importância, admiração e respeito estão ligados diretamente a proximidade afetiva. Como apenas nós podemos confirmar a importância do outro em nossa vida, acredito que precisamos anunciar sem medo de nos decepcionar quem são as pessoas importantes em nossa existência. Não podemos economizar palavras elogiosas para quem merece. Não podemos deixar o medo dominar nossa vida, não tenhamos medo de revelar, não nos deixemos acovardar, pois como escreveu William Shakespeare: “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que com frequência poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”. A covardia ou ingratidão muitas vezes num dado instante nos deixa calados quando deveríamos anunciar a importância de alguém em nossas vidas, essa ação de elogio revela que temos consciência que se chegamos onde chegamos foi porque algumas pessoas nos ajudaram muito, e também é importante para demonstrar gratidão, mas devemos fazer isso enquanto a pessoa elogiada ainda está viva. A importância dos outros nunca é sobre toda nossa vida, mas são como raios do Sol fragmentados pelo prisma, as cores se projetam separadas com sua luminosidade diferente, da mesma forma as pessoas como essas cores são importantes em partes de nossas vidas: algumas são importantes em nossa vida intelectual, outras em nossa vida profissional, e tem aquelas que são fundamentais para nos fazer ter mais confiança. Por isso, tenho certeza, sem algumas pessoas nossa existência não seria possível, por causa delas conseguimos superar nossas limitações, como raios de sol elas nos animam e alegram naqueles momentos de profunda tristeza.

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