A vida é um caminho numa rota que escolhemos, existem múltiplas possibilidades e por isso temos que definir qual rota vale a pena seguir…. Depois que escolhemos precisamos seguir o seu fluxo dinâmico, pois a vida é como um rio sempre em movimento, não adianta olhar para os caminhos que deixamos nas encruzilhadas da existência, não nos é permitido escolher retroativamente, como as águas dos rios, nossa vida nunca retroage. Movimento, movere, seguir sempre no labirinto em linha reta, como supõe Jorge Luís Borges, “a vida é um labirinto em linha reta“, porém, muito estriada, nela não podemos recuar para pegar impulso e nem nos é permitido fazer uma paradinha estratégica. A vida é devir. Além disso, não existe destino pré-fabricado ou caminhos já definidos antes de nosso nascimento, as promessas de caminhos já traçados são formas ou tentativas de retirar de nossas mãos a responsabilidade na construção de nosso “destino”, pois como escreveu o poeta Antônio Machado: “Caminante, no hay camino/ se hace el camino al andar“. Assim nossa vida, como um caminho, é um processo lento e gradativo, que se faz a partir de nossas escolhas, nas encruzilhadas que temos que definir qual direção seguir. Porém, não podemos esquecer, “cada um é o ponto de partida de outras bifurcações” (Fang, citado por Deleuze, no livro Diferença e Repetição). Além das bifurcações da vida, o grande Friedrich Nietzsche afirmou que: “Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, – para atravessar o rio da vida [no caminho de tua existência] – ninguém, exceto tu, só tu”. Assim, ao longo da caminhada da vida, nos encontramos e nos relacionamos com toda sorte de pessoas, por isso não podemos andar de forma leviana, e nem ter ou relacionar-se com um “coração leviano”, por isso é imperativo saber escolher, apesar das dificuldades nesta tarefa intransferível e fundamental para todos os viventes, pois, toda a nossa felicidade e infelicidade reside na qualidade das pessoas e objetos aos quais nos unimos pela fruição do amor, nos ensina o grande Espinosa. Escolha é se lançar no real, e, de acordo com Antônio Negri, “é absolutamente necessário pular no real, atirar-se nele, mexer-se lá dentro, pois é a única maneira de mudar o mundo. A vida é apenas isto: mudar o mundo, transformá-lo, inventá-lo. Revolucioná-lo. E, no entanto, que preço eu [Antônio Negri] não tive de pagar para recomeçar a construí-lo…. Hoje que o retorno se deu, posso esquecer definitivamente os paradoxos de Zenão. Eu caminho muito. O retorno é recomeçar a caminhar, sair de todos os impasses, e é também – e sobretudo – promover a volta das paixões que haviam sido esmagadas pelo fracasso. Menos lembranças, portanto, que novas experiências. O futuro não tem um coração antigo, o futuro é algo que construímos a cada dia e que, por conseguinte, é sempre novo. Recomeçar não é voltar atrás, não é retalhar e dividir ao infinito os episódios da vida …, não é descansar sobre o passado. É redescobrir a origem. Nós somos comunistas desde a origem; mas a origem é o ato presente. O COMUNISMO É O FUTURO“. Nossa origem é de vida comunitária, conclui o pensador Italiano.
cleverfernandes196
O CAMINHO E A VIDA
Atualizado: 19 de fev. de 2021
Comments