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MISCELÂNEA DE OPINIÕES E SENTENÇAS SOBRE AMIZADE DE NIETZSCHE

Atualizado: 25 de fev. de 2021

Nietzsche escreveu algumas sentenças incríveis sobre a arte da amizade, nelas o filósofo nos faz pensar alguns elementos característicos deste tipo de relação entre as pessoas. É lugar-comum dizer que a amizade é um tesouro, pois amizades verdadeiras são difíceis e raras. Alguns pessimistas afirmam que elas não existem. Por isso, quando encontramos nos caminhos da vida alguém que podemos chamar de amigo parece mesmo que descobrimos um grande tesouro. Mas quando nos tornamos de fato amigos de alguém? Nietzsche responde a esta questão dizendo que:

“A amizade nasce quando temos o outro em grande estima, maior que a estima que temos por nós mesmos, quando, além disso, o amamos, mas menos que nós mesmos, enfim, quando para facilitar as relações, pretendemos acrescentar uma tinta de intimidade, ao mesmo tempo que evitamos sabiamente a intimidade verdadeira e a confusão do eu e do tu”.

Assim, podemos dizer seguindo o filósofo que, amizade se dá num encontro autêntico, quando sentimos a presença de um outro que admiramos e gradativamente criamos laços de intimidade e respeito. Só existe amizade se, e somente se, ambos entrarem nessa dinâmica de tirarmos as máscaras e maquiagens que nos escondem. A amizade como relação de intimidade demanda viver sem dissimulação. Para o amigo somos o que somos, não temos medo de revelar nossa natureza. Porém, não podemos confundir as coisas. A intimidade entre amigos não é absoluta, por isso Nietzsche diz que temos que ter sabedoria para não confundir, cada amizade terá uma tinta da intimidade característica ao grau de envolvimento entre as pessoas, além disso, nunca podemos esquecer que o EU sempre será diferente do TU, não se pode confundir o EU e o TU. Por isso, o grande Nietzsche também acreditava que

“Não se deve falar de seus amigos, caso contrário, se trai por palavras o sentimento da amizade”.

Para manter essa relação preciosa, não podemos trair a confiança do amigo, por isso não se deve ficar falando do amigo para outros, pois revelar a intimidade do amigo é coisa de alta traição. Depois que acontece tal coisa a relação jamais será do mesmo jeito. Quando alguém descobre que foi traído a dor da decepção produz uma sensação insuportável.

Como canta Marina Lima:

“Pátrias, Famílias, Religiões E preconceitos Quebrou não tem mais jeito”,

e a relação entre amigos é deste tipo. Constituímos uma relação familiar, patriótica e quase religiosa com nossos amigos. Há uma sacralidade na amizade verdadeira e por isso não podemos quebrar este sagrado elo entre nós e o outro. Para não experimentarmos essa situação, o filósofo em tela recomenda que evitemos amizade com algumas pessoas. De acordo com ele:

“O homem ocioso é perigoso para seus amigos, pois, visto que ele próprio pouco tem a fazer, fala do que fazem e do que fazem e do que não fazem seus amigos; interfere nos negócios dos outros e se torna importuno: é por isso que devemos ser bastante sábios para nos ligarmos somente com pessoas que trabalham.”

Para finalizar, Nietzsche faz a seguinte consideração:

“Quando velhos amigos se reveêm depois de longa separação, acontece muitas vezes que aparentem ter interesse em coisas que se tornaram para eles completamente indiferentes: às vezes ambos percebem isso e não ousam levantar o véu – por causa de uma dúvida um tanto triste. É assim que certas conversas parecem ser realizadas no reino dos mortos”.

Precisamos reconhecer que a dinâmica da vida em suas múltiplas experiências nos transforma na mesma medida que transforma nossos amigos, por isso não podemos pensar ingenuamente que a força corrosiva do tempo não produzirá efeitos nessa relação, mas, isso não importa tanto, o que importa são as palavras do poeta:

“Amigo é coisa para se guardar No lado esquerdo do peito Mesmo que o tempo e a distância digam “não” Mesmo esquecendo a canção O que importa é ouvir A voz que vem do coração”.

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