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  • cleverfernandes196

SONHO ENTRE O PERIGO E A REALIDADE

Para que o sonho torne-se realidade o esforço e a determinação precisam ser maiores do que ele, pois nada se materializa apenas por sonharmos e desejarmos muito, fundamental é colocar-se em movimento, lutar contra as forças adversas que conspiram contra a sua concretização. Resistir, perseverar e esperançar, são estes os verbos da vida. Sem eles os sonhos nunca passarão de possibilidade. Os sonhos são apenas vontade de potência, para tornar-se ato é necessária à ação do sonhador, sem ação constante e determinada eles não sairão dessa condição. Além do mais, precisamos compartilhar nossos sonhos, não podemos pensar que vamos conseguir realizá-los sem a ajuda de outras pessoas, pois não somos ilhas. Assim, é necessário compreender que além de resistir, perseverar e esperançar, nós temos que contar com os outros que conspiram e sonham conosco. Essa é a compreensão do poeta Raul Seixas, que inspirado no escritor Espanhol Miguel de Cervantes, cantou o Prelúdio: “Sonho que se sonha só; É só um sonho que se sonha só; Mas sonho que se sonha junto é realidade…”. Temos que sonhar juntos, não sonhar pelos outros, pois “sonhar com outro” é diferente de “sonhar pelo outro”. Na verdade, ninguém pode sonhar por ti, da mesma forma que, você não deve sonhar por ninguém. O sonho alheio é sempre perigoso. Neste sentido, numa conferência intitulada “O que é o ato de criação?”, Deleuze falou: “a grande ideia de Minnelli sobre o sonho é que este diz respeito, antes de tudo, àqueles que não sonham. O sonho daqueles que sonham diz respeito àqueles que não sonham. Por que diria respeito a eles? Porque, havendo sonho do outro, há perigo. O sonho das pessoas é  sempre um sonho devorador, que ameaça nos engolir. Que os outros sonhem é muito perigoso. O sonho é uma terrível vontade de potência. Cada um de nós é mais ou menos vítima do sonho dos outros. Mesmo quando se trata da moça mais graciosa, é uma terrível devoradora, não por sua alma, mas pelos seus sonhos. Desconfiem do sonho do outro, porque se forem pegos no sonho do outro, estarão ferrados.” O sonho do outro carrega uma carga explosiva, é um risco o sonho do outro, principalmente, quando somos envolvidos nele. Sonho do outro é perigoso por envolver quem não sonha. Neste sonho quem não sonha é passivo. Diferente do sonho alheio é o sonho compartilhado, aquele que sonhamos com o outro [e não pelo outro], que desejamos realizar. Assim, o sonho deixa de ser perigoso e torna-se nosso sonho, aquele que somos protagonistas. Somos ativos. Por isso, para transformarmos os sonhos em realidade precisamos estabelecer metas, definir ações e escolher responsavelmente os melhores caminhos que ajudarão a concretiza-los. Temos que nos permitir sonhar, não temer errar e, ao mesmo tempo, ter sabedoria para aprender com os próprios erros e com os dos outros. Mas, não podemos imaginar que esse processo dar-se-á de forma mágica e instantânea, a passagem do sonho à realidade acontece gradativamente. É necessário colocar tijolo por tijolo na edificação do sonho. Como ensinou o pensador chinês Lao-Tsé: “uma longa caminhada começa com o primeiro passo”, assim, da mesma forma, a realização de um sonho se dará lentamente. Passo após passo. A determinação de viver cotidianamente na construção morosa do sonho. O sonho só tornar-se-á realidade depois de muito labor.

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